A Cidade de Tietê está distante, em linha reta, 121 Km da Capital do Estado de São Paulo.
SUA HISTÓRIA
A História de Tietê teve suas origens com os Bandeirantes e
Portugueses que desbravavam o Sertão Paulista navegando pelo Rio Tietê.
A fertilidade do solo dos terrenos marginais do Rio Tietê atraiu,
já nos últimos anos do século XVIII, grande número de aventureiros e pessoas
afeitas à lavoura, que para cá vieram. Quase na embocadura do Ribeirão do Pito
Aceso ou da Serra, estava localizado o ancoradouro das canoas que, formando as
“Monções”, demandavam de Mato Grosso.
Nas suas proximidades os moradores eventuais construíram suas
primeiras habitações, que depois formaram a Rua do Porto Geral, primórdio da
cidade de Tietê conhecida como Vilarejo de Pirapora do Curuçá, nome dado devido
a uma pedra localizada à margem esquerda do rio na qual os índios a chamavam
Curuçú-Guaçu (que em Tupi
Guarani significava Cruz), pois, nela havia uma cruz
entalhada.
Antes de 1570 ocorreu, como relatam as crônicas do Padre Anchieta,
um naufrágio entre Porto Feliz e Tietê, indicando-nos que desde o início do
descobrimento, já havia a presença de colonizadores nesta região. Durante as
monções, no final de século XVIII, Pirapora do Curuçá foi o primeiro e
mais importante ponto de reabastecimento e descanso para o bandeirantes que
saiam de Araritaguaba (Porto Feliz).
Em 1747, o Vigário Francisco Campos fazendo um breve levantamento
que pode ser considerado o primeiro censo de Tietê, constatou que na região que
descia o rio, numa distância de quatro léguas da Matriz, existiam cerca de
cento e quarenta casas.
Em 1806, já constituíam número considerável de habitantes que, não
possuindo assistência espiritual, pediram a criação de uma Paróquia para o
vilarejo, o que foi autorizado por alvará em 03 de agosto de 1811, elevando
então a Freguesia da Santíssima Trindade da Pirapora do Curuçá à condição de
Paróquia, sendo considerados seus fundadores: Alferes José Antonio Paes,
Vicente Leme do Amaral, Major Luís Antonio de Assunção e Mathias Teixeira da
Silva, e nomeado para a Paróquia o Padre Manuel Paulino Ayres.
Em 10 de janeiro de 1831, criou-se a primeira escola masculina;
quatro meses depois o primeiro Cartório de Paz.
A 08 de março de 1842, sob a Lei nº 200, a então Freguesia foi
elevada a Município, sendo esta a data da fundação da cidade. Sua instalação se
deu em 09 de janeiro de 1845, com a posse dos vereadores eleitos para compor a
Câmara Municipal, sendo o primeiro Presidente o Tenente Joaquim de Almeida
Leite e Moraes.
Em 1852, a
cidade foi aumentada com a abertura de novas ruas, até o “Largo dos Curros”
(hoje Praça Dr. Elias Garcia). Em 1867, Pirapora foi elevada à categoria de
cidade, através da Lei Sancionada pelo Desembargador José Tavares Bastos,
Presidente da Província. Nesse momento, recebeu seu atual nome: Tietê. Extraído
da linguagem indígena “té é te”, cujo significado alude ao rio, que se mostra
“muito fundo e corrente” e corta a cidade.
Dia
05 de outubro de 1868, foi criada em Curuçá, a Irmandade de São Benedito, fato
que despertou o desejo de levantar uma Capela a ele dedicada. Em 1871, deu-se
início a construção, em terreno doado pelo Sr. Joaquim Pereira Rodrigues, em
sua chácara. A capela foi construída por escravos. Modesta e de madeiramento
grosseiro, lavrado a enxó. Passou por várias reformas, mas a milagrosa imagem
de são Benedito é a mesma que há mais de cem anos é ali venerada, bem como sua
relíquia.
Nessa
capela fica exposta uma relíquia de São Benedito, um fragmento de sua unha que
está preso à corola de uma minúscula flor de tela branca, dentro de um medalhão
com a face anterior de vidro. No verso, há um selo de lacre, com carimbo ou
relevo, autenticando a relíquia.
Em 1872, Tietê contava com 10.007 moradores, dos quais 3.368 eram
negros africanos. Isso nos leva a imaginar a grande quantidade de engenhos e de
outras atividades que envolviam a mão de obra e que apareciam na região. A
população que compunha a cidade vinha de núcleos populosos vizinhos, como Porto
Feliz e Itu. Curiosamente, havia uma grande massa de italianos, procedentes do
Sul, que para cá vinham por conta própria. Sadios e trabalhadores adaptaram-se
facilmente, desempenhando atividades rurais, o que influenciou nesta rápida
adaptação, pois em seu país eram igualmente colonos rurais. Hoje, a maior parte
da população tieteense descende dessa corrente.
Houve igualmente, uma leva migratória de sírios que tinham
características mais urbanas e de espanhóis, predominantemente rurais. Os
portugueses eram cada vez mais escassos, alguns trabalhando no comércio e
outros no anonimato da lavoura.
Em 1890, um pesadelo abate a cidade: com a epidemia de febre
amarela, onde Tietê estaciona por algum tempo, retornando depois à
prosperidade, onde as administrações trataram de dotar a cidade com água
encanada, luz elétrica, telefone, mercado, matadouro, rede de esgoto, etc.
A BANDEIRA
A Bandeira do Município de Tietê, idealizada por
Maria do Rosário Diz, vencedora do Concurso promovido pela Prefeitura
Municipal, com as alterações introduzidas pela Comissão Julgadora do referido
Concurso, e criada pela Lei nº 1.717/86, assim se descreve:
- de azul, sinistrada de branco e brocante sobre o traço,
uma anhuma em vôo abatido, encimando três faixetas edentadas, tudo de uma e
outra.
A Bandeira tem 14 M (quatorze módulos) de
altura por 20 M
(vinte módulos) de largura; a anhuma tem 7 M (sete módulos) de altura e as faixetas tem
0,8 (oito décimos de módulo) de largura cada e 8 M (oito módulos) de comprimento.
O BRASÃO
O Brasão de Armas do Município de Tietê é de autoria do
historiador Dr. Affonso de Escragnolle Taunay e com as alterações introduzidas
pela Lei nº 1.717/86, em razão dos estudos procedidos pelo heraldista Dr. Lauro
Ribeiro Escobar, assim se descreve:
- escudo ibérico, de prata, com uma anhuma ao natural, em vôo abatido, acompanhada em chefe de duas cruzes da ordem de Cristo e encimando uma faixeta ondada, abaixada de blau. O escudo é encimado de coroa mural de prata, de oito torres, suas portas abertas de goles e tem como suportes, à destra, um ramo de cafeeiro e à sinistra, um ramo de algodoeiro, ambos folhados e produzindo, ao natural. Listel de prata, com a divisa "FLUMEN MEUN GLORIAE ITER" em letras de sable.
- escudo ibérico, de prata, com uma anhuma ao natural, em vôo abatido, acompanhada em chefe de duas cruzes da ordem de Cristo e encimando uma faixeta ondada, abaixada de blau. O escudo é encimado de coroa mural de prata, de oito torres, suas portas abertas de goles e tem como suportes, à destra, um ramo de cafeeiro e à sinistra, um ramo de algodoeiro, ambos folhados e produzindo, ao natural. Listel de prata, com a divisa "FLUMEN MEUN GLORIAE ITER" em letras de sable.
INTERPRETAÇÃO
I - O escudo ibérico era usado em Portugal à época do
descobrimento do Brasil e sua adoção evoca os primeiros colonizadores e
desbravadores da nossa Pátria.
II - O metal do campo do escudo é representativo heráldico
de felicidade, pureza, temperança, verdade, franqueza, integridade e amizade,
referência ao caráter íntegro e aos sentimentos dos munícipes, bem como ao
ambiente de harmonia e compreensão de que estes desfrutam.
III - A anhuma, ave da família dos Anhimídeos, em vôo
abatido (com as asas abertas e os remígios no sentido da parte inferior do
escudo), outrora abundante na região, levou os silvícolas a denominar o Rio
Tietê de Anhembi, ou seja, Rio das Anhumas, figurando o Brasão de Armas do
Município de Tietê para assinalar a identidade do Município com o Rio que o
corta. As características agressivas desta ave salientam o brio dos tieteenses
e sua energia na defesa de suas tradições.
IV - As cruzes da ordem de Cristo, cruzes gregas, isto é,
com os ramos de igual dimensão, de goles (vermelho) e abertas do campo,
sublinham a antiguidade da cidade sede do Município, cuja fundação remonta ao
final do século XVII e, portanto, à época do domínio português. A cruz é
símbolo de fé e a cor goles (vermelho), de audácia, valor, galhardia,
intrepidez, honra e nobreza conspícua.
V - A faixeta ondada, é representação heráldica dos cursos
de água, indicando a riqueza hidrográfica do Município, em especial o histórico
Rio Tietê, do qual lhe adveio o topônimo. A cor blau (azul), tem o significado
de nobreza, dignidade, doçura, formosura, justiça, firmeza incorruptível,
perseverança, zelo e lealdade, aludindo aos tributos de administradores e
munícipes, no relacionamento leal e firme propósito de envidar todo o esforço
pelo engrandecimento do Município.
VI - A coroa mural é o símbolo da emancipação política e, de
prata, com oito torres, das quais unicamente cinco estão aparentes, constitui a
reservada às cidades. As portas abertas proclamam o caráter hospitaleiro do
povo de Tietê e a cor goles (vermelho) na posição em que se encontra na coroa
mural e por ser no Brasil a indicativa do Direito e da Justiça, está a
significar que Tietê é cabeça de Comarca, como a dizer: “dentro destas portas
encontrareis a Justiça”.
VII - Os ramos de cafeeiro e algodoeiro, produzindo, atestam
a fertilidade das terras generosas de Tietê e apontam as lides do campo como o
fator básico do desenvolvimento do Município.
VIII - No listel, a divisa "FLUMEN MEUN GLORIAE
ITER", que se traduz como "meu rio, caminho da glória", uma vez
mais registra a identidade entre o Município e o Rio Tietê, marco da história,
orgulho e glória de São Paulo.
O HINO DE TIETÊ
Letra: Dr. José
Manoel de Moraes/ Música: Maestro Italo
Izzo
Tietê, minha terra querida,
Tua vida é a mais bela que ouvi.
Teu passado são traços de lenda,
É legenda teu nome tupi.
Curuçá fôste um dia, na história,
E és memória do assalto aos sertões;
No teu rio há lembrança e destino,
Sons de sino, ao rezar do monções.
ESTRIBILHO
"Flumen meum gloriae iter"
outrora
Acolheste bandeiras paulistas.
Tua Porto Geral rememora
em teu rio –
O sabor de tão nobres conquistas
São teus filhos, nos dias de agora
em teu seio –
Lutadores com alma de artistas!
II
Nem senzalas de antigas fazendas!
Nem moendas que o escravo tocou!
Da igrejinha de terra batida,
A sentida lembrança restou!
Hoje, a Escola passeia, entre flores,
Seus amores, à luz do luar:
É o presente, feliz e risonho,
Em teu sonho, o porvir a saudar.
ESTRIBILHO
III
Tua indústria, teu porto-promessa
Bem depressa hão de se realizar,
Que o teu "rio mui fundo e
corrente"
A semente fará germinar.
Quais bandeiras passadas, teus filhos,
Pelos trilhos das águas, irão
Conduzindo, com lances de glória,
Tua história, teu lema e brasão!
Para ouvir o Hino de Tietê, clique aqui!
Nenhum comentário:
Postar um comentário